terça-feira, 12 de julho de 2011

Capitulo doze

 Dez horas da manhã, Lucas me liga:
- Alô, Clarinha? 
- Oi, bom dia! - ainda sonolenta.
- Bom dia, cabeção! - nesta hora queria matá-lo, que merda de apelido é esse? - Como está? Queria te encontrar hoje, posso passar ai na sua casa à noite?
- Sim, pode - monótona e impaciente
-Beleza então cabeçãoooo, até mais tarde!- animado
-Tchau! – seca.

        Tem uma coisa me incomoda muito no Lucas, não sei se repararam, detesto o apelido cabeção!
        Para começar que ele chama todo mundo assim, as primas, irmãs, amigas, colegas, amigos... Logo, eu não sou todo mundo, sou a namorada dele, se é que ele sabe o que é isso! Tudo bem que eu posso levar na esportiva, só que não estou em um momento da minha vida muito paciente.
        Mais tarde quando nos encontramos reclamei a respeito desse apelido super delicado (irônica) para ele. Ele imediatamente fechou a cara e argumentou que era uma coisa pequena que não fazia diferença para ele, por exemplo, ás vezes eu o chamo de mô,  e ele não gosta, acha feio e brega, mais nunca falou isso comigo por que achava que era  uma coisa muito pequena para comentar. Ok! Entendido!
        Mas vamos lá, por partes. Quando eu o chamo de mô, quero dizer amor, pois é uma abreviação, e desperta carinho, amor e respeito ao próximo, certo?! E cabeção? Qual é o sentido de ele me chamar de cabeção? Que eu sou cabeçuda?! Logo... O quê que tem haver ele chamar A NAMORADA dele de cabeção! $#@%&*u#$@!!!
         E sai, deixei ele sozinho um pouco e fui fofocar com minhas amigas. E ele, crianção, foi comentar de mim para os amigos e para minha irmã, que estava muito chateado comigo, e que eu estava muito impaciente com ele. E complementou estar muito inseguro com o nosso relacionamento, que queria conversar comigo e esclarecer tudo!
        Ah, o Lucas é pior que mulher, ama discutir relação a dois, aqueles que têm que resolver tudo na hora, não importa o lugar,  tem que deixar tudo bem explicadinho e desabafar tudo que esta incomodando os dois.
         Eu já não sou assim, resolvemos, desabafamos, falamos tudo que tínhamos para falar? Pronto, acabou e está tudo bem novamente. Não guardo rancor de ninguém e descarto tudo que não é importante para mim (para nós) num piscar de olhos. Insensível? Não, sou ariana.
        Ficamos a noite inteira com cara emburrada um para o outro. Eu não conseguia relaxar de maneira alguma. Não conseguia digerir o que eu tinha feito com ele, ele não merecia aquilo, ele é tão carinhoso, paciente e me amava!! Estava me sentindo uma monstra!
         Pedi para ele me levar para casa que estava cansada e muito mal com o ocorrido!
         Cada um foi para um lado. Cada um seguiu seu caminho, sua vida.
  E eu fui para casa cabisbaixa e ele também.
 – Como sou burra, idiota, impulsiva! -pensei- Mas pelo menos falei tudo o que tinha que falar!
Estava arrasada!
         Fui dormir chorando e super chateada com a situação. Sei que EU que estou errada na história, descontando todos meus problemas nele, descarregando minhas confusões emocionais e minha desmotivação no trabalho, como se ele fosse um vaso sanitário. Todos esses meus problemas estão  me afetando completamente, meu comportamento, meu relacionamento tão recente.
 Mas, poxa! Ele está presente na minha vida para eu ficar bem, para me deixar feliz, tranquila, para suprir minha carência. Por que estava fazendo isso com a pessoa que eu amava?

A resposta era clara para todos. Por que eu não o amava de verdade...