terça-feira, 2 de junho de 2015

Tempo fora do meu tempo...


São quase três da manhã
Todos dormem, menos eu
Todos sonham, eu também
Devoro o tempo com a minha ansiedade
Quero sentir logo!

Me iludo com a fada do dente
Bato três palmas sem cadência
Pulo as três ondinhas
Como as sete malditas uvas
E nada acontece...

O que há de errado com o tempo?
Ou será que o meu tempo que é adiantado?
Ou complexo?

Não quero conhecer alguém por inteiro
Quero o imprevisível
O indecifrável
O inatingível
O impalpável
Quero alguém que se reinvente junto comigo
Você ainda não percebeu?

Num simples olhar para frente
Num tímido passo para o desconhecido
O tempo renasce e me faz sorrir
Colorindo meu corpo
Desfazendo-me

Sem ordem, sem regras, sem interesses
Sem noção, sem controle, sem pudor...
Estou nua de dentro pra fora
E foi você que mexeu com o meu tempo
Desalinhou minha atenção
Cegou meus princípios
Desorientou minha libido
Mas mesmo assim eu grito baixo
para não te incomodar
Desculpas, eu sou caloura neste tempo
Me ensina, quero aprender com a sua ironia

Visto-me de nós
Que sabor gostoso...