Era um sábado de tarde e estava entediada em casa, já tinha lido todos os
Blogs que eu seguia e as notícias dos jornais. Meu telefone tocou, e acredita
quem era? O gentil Vicente. Ele me convidou para jantar, e o lugar seria
surpresa... Aceitei, lógico! Afinal, queria sentir mais “borboletas”...
Vicente era cordial,
educado, gentil e muitíssimo carinhoso. Eram rios de elogios e interesses por
saber mais quem era a misteriosa Clara. Eu fui com um traje descolado, como
sou, mas ele simplesmente me levou para jantar no “Amare”, o restaurante
Italiano que sempre sonhei em ir. Tinha uma vista linda para o mar e as luzes
da cidade complementavam o cenário. Tomamos vinho tinto seco e comemos massa ao
molho de tomate com muito queijo. Foi uma noite deliciosa, seu beijo superou
minhas expectativas e seu toque sobre minha pele me fazia suspirar fundo... Que
atração!
- Si é molto bella! –
Dizia ele.
Aquele sotaque italiano era afrodisíaco, descobri que era louca por
línguas. Mas me contive e pedi para que me deixasse em casa, afinal, eu tinha
meus princípios...
Cheguei
em casa e refleti sobre a minha noite. Vicente tinha 30 anos e tinha planos
para casar, já era financeiramente resolvido e tinha valores intelectuais, um
par ideal que todas as mulheres sonham.
Para! Não vou ser calculista. Nada de marcar encontros semanais, criar
expectativas, fazer planos e Blá Blá Blá. Não quero namorar agora! Já foram
muitas decepções e investimentos falidos. Esta é a hora de curtir a idade que
eu tenho, pois, sempre fiz programas de pessoas mais velhas (vinho, viagens,
jantar, museu, teatro, exposições, cinemas), e também sempre namorei rapazes
mais velhos que eu e me relacionava com amigos mais velhos, ia a festa dos
amigos dos meus pais (que são mais velhos), preferia conversar com os
professores do que com meus amigos do colégio (que são mais uma vez, mais
velhos)... Ai, chega! Eu tenho a vida inteira para ser “mais velha”, jovem é só
agora. Cansei...
Na
noite seguinte...
Eu
e umas amigas resolvemos descarregar o estresse semanal na dança e curtir de
acordo com nossa idade, escolhemos a salsa. O Salsareto, o nome do bar, era
típico do México, havia grandes chapéus espalhados no local, as paredes eram
coloridas de verde e vermelho, as mesas com toalhas de chita e música ao vivo
com um grupo de Mexicanos. Adorei o local, era descontraído e o público
divertido e... Jovem! Me senti no lugar certo! Virei uma dose de tequila e Arriba!
Alguns homens dançaram comigo naquela noite, e uns lindos, segundo minha
amigas, mas como minha intenção não era me atrair por ninguém e sim me
divertir, não reparei muito. Talvez também por que nenhum me despertou
interesse...
Sentei para descansar,
estava cansada. Foi se aproximando um rapaz moreno (ah, morenos), cabelos
cacheados, olhos verdes escuros e estatura alta, sua face era lisa e seu nariz
em perfeito formato.
- Oi! – disse ele, enquanto seu cabelo caia em seu rosto.
- Olá! – estava envergonhada, pois havia observado ele todo em segundos.
- Vamos dançar?
Aceitei mesmo cansada, pois ele era
diferente, misterioso... Este sim, eu o observei e o achei muito atraente.
Seu corpo era quente, ele
me levava lentamente, seu rosto encostava-se em
minha orelha, eu conseguia ouvir sua inspiração fumegante. Ele me puxava para
cá e para lá e não tirava os olhos dos meus olhos, fitava-o com reciprocidade.
Quando eu sorria ele sorria também, num momento eu me distrai com seu sorriso e
me perdi na dança. Ele riu me puxou pela cintura e começou do zero. Dizia nos
meus ouvidos, sentia seu vapor quente em sua voz, que meu sorriso era lindo.
Mal sabe ele que eu me perdi justamente pelo o sorriso dele...
Foi uma sintonia intensa.
A música acabou, senti sede e fomos pegar uma
água, conversamos e trocamos informações básicas a respeito de nós dois. Ao
mesmo tempo em que me senti atraída por ele, estava sem prática para flertar.
Sabia que tudo aquilo poderia acabar na porta, e estaria me entregando, me
abrindo para uma pessoa que nunca mais poderia ver! Isso é horrível para mim!
Mas tentei relaxar e lembrar que estou ali para me divertir. Nada de romantismo
Clara!!!!!
Ele me convidou para
dançar novamente. A sensação era mais forte ainda. Agora sentia sua boca perto
da minha, lubrifiquei minha boca com a língua para que ficasse mais molhada e
irresistível (li na revista.). Passou a mão nos meus cabelos, onde me deu
calafrios imediatos. Minha barriga congelou. Suspirei fundo e aproximei meus
lábios dos dele, eram milímetros de distância e eu adorava a sensação de estar
perto e não beijar, era gostoso e me deixava curiosamente louca. Enfim, nos
beijamos (Aleluia!) e foi intensamente bom. Dançamos até fecharem as portas do
bar...
Trocamos
telefones e e-mails. Será que esta noite vai acabar aqui ou não?