terça-feira, 23 de junho de 2015

O mestre e a artista


                                   
Sinto algo ingênuo
Uma saudade que nunca tive
Uma erupção carnal
É incontrolável na sua lembrança

Te observo no meu canto
Quieta, mas meus olhos 
não conseguiram se calar
Transparente fiquei
Nua estava

Mas quando demorou o olhar em mim
e seu sorriso perverso o acompanhando...
Me despertou!
De menina sou feroz
Não conseguia me domar...
Quer tentar?

Boca trêmula feito orgasmo
Sorriso bobo feito adolescente
Olhar curioso feito criança
Homem feito
E eu me permitindo a cegueira...

Tiro o óculos da decência
Visto-me de imprudente
Provoco-me com a coragem
E você, sem pudor
Me instiga
Me inspira
Eu te expiro...

Que sentimento confuso
Que sentimento bonito
Amor recitado no corpo
Desejo acumulado no beijo
E nós, cobaia disso tudo...


Permito continuar me inspirando por você
Por nós
Não foi assim que me ensinou mestre?
Eu pinto conforme a arte...