sexta-feira, 10 de maio de 2013

            "Numa manhã um de nós já não tinha preto, e assim nasceu o Impressionismo."

terça-feira, 7 de maio de 2013

Capítulo Vinte e sete - Um novo amanhecer...


Um barulho alto no vizinho me acordou cedo nesta manhã.  
Meu travesseiro ainda estava úmido... Foi uma noite difícil, pois, o Thomas não saia da minha cabeça.  
Olhei para janela admirada, o dia estava divino e um raio de sol se batia em minha face, aquecendo-me do frio. Ali, naquele momento confortante, percebi que as angústias, a tristeza e dor no peito, haviam partido. 
            Dito e feito: apenas um dia de sofrimento. 
Meu primeiro dia solteira, onde somente eu me bastava. Era sábado de manhã, resolvi dar um pulo na feira da minha rua para fazer compras, avistei de longe casais de mãos dadas, felizes, beijos apaixonados, crianças correndo... Aquela cena mexeu comigo, pois, eu sempre ia a feira com o Thomas, ficávamos horas selecionando o tomate mais maduro ou discutindo o melhor tempero pra o almoço. Eu já não tinha mais aquela companhia... 
Parei, fechei os olhos e decidi que ali, naquele momento eu iria esquecê-lo, iria guardar em minha memória apenas boas lembranças, o passado já não morava mais em mim. Abri os olhos e segui em frente. 
Alguns dias depois... 
Os livros eram minha melhor companhia, eles me surpreendiam e pouco me decepcionavam. Resolvi ler algo diferente, já havia passado meu recorde, onde li quatro livros em vinte dias. Fui até uma livraria pitoresca do meu bairro e decidi pedir algumas informações sobre o livro de Nietzsche que mais me chamou atenção. Havia um rapaz de costas atrás do balcão e eu o cutuquei. 
- Olá, bom dia! – disse eu, sem graça de atrapalha-lo. 
O rapaz de virou meio tímido, sorriu e disse: 
- Desculpas... Bom dia. Em que posso ajudar? 
Me enrolei ao falar. Eu havia me perdido em seu olhar penetrante e no seu sorriso encantador. Fiquei meio sem jeito e calei-me, achei melhor e fiquei apenas fitando-o. O rapaz comovido com minha reação logo teve a atitude de conversar. 
- Este livro é muito bom. Já leu? - perguntou ele. 
- Não... Do que se trata especificamente? 
Foi o papo mais interessante que havia tido com alguém. Ele, o Vicente era doce, gentil, inteligente, simpático... Ele era um máximo! 
Senti uma enorme atração por ele naquele momento, e era recíproco. Tentei não ser tão transparente, mas acho que não consegui...  Era percebível o meu interesse por aquele rapaz, intrigante, qualquer um poderia notar.Bom, trocamos telefone para marcarmos um café outro dia. Fiquei tão empolgada... Confesso! (risos) 
Esta foi a primeira vez em muito tempo em que as borboletas invadiram minha barriga. Eu transpirava calor e desejo. Foi prazeroso sentir isso, esta novidade ao meu redor, é tudo novo para mim. Mas ao mesmo tempo senti que havia esquecido realmente o Thomas, não recordava mais de seu rosto e do seu toque, era estranho... Isso me preocupou e me fez refletir, será que eu o esqueci mesmo? Afinal, tinha sentido uma forte atração por outra pessoa, e meu coração é fiel em relação a isso. Ou será que o esqueci por vaidade ou uma forma de orgulho não voltar atrás? Não... 
Eu, Clara,  entendi  que sim, sim eu não o amava mais.