Em uma noite fria de inverno, havia uma exposição de um fotografo alemão
onde visitar ir, convidei meu namorado, pois adorava sair com ele. Mais para
minha infelicidade ele disse que era “programa de velho”, e preferiu tomar chopp com amigos, logo, fui sozinha!
Sozinha como sempre fui nesses dois anos de relacionamento, não sei por que
fiquei tão surpresa e abalada.
Acordei
reflexiva, anormal, angustiada... Triste! O que estava me incomodando tanto? Há
dias que não o vejo e já não sentia saudades, tesão e amor mais por ele, por
que?
Encontro-me em uma nova fase, sou cheia delas. Olhei para o
meu lado e via um garoto do qual não me identificava mais, na verdade sempre
fomos muito diferentes um do outro, só que durante esses anos achava que o amor
superaria essa diferença. Lembrei-me de como me irritava fácil ao seu lado. Seu
jeito ogro de ser era quase intolerável para mim. Sua obsessão por futebol e
álcool consumia meu pensamento sempre me perguntando- O que estou fazendo com
ele?
Damos certo ate agora, fui feliz, pois naquele momento era
ele que eu realmente precisava! Desliguei meu lado altruísta e segui o rumo do
que realmente queria. Chega, cansei de batalhar um luta já perdida. Nesta minha
nova fase tenho sede do viver, quero ler muito e adquirir mais conhecimento,
estudar línguas, me profissionalizar, viajar o mundo! Conversas fúteis e bobas
são atualmente cansativas para mim.
Duas semanas depois...
Rompemos o relacionamento, com abraços e gestos carinhosos.
Término é sempre término. Sofri, chorei, me arrependi, quase voltei atrás,
relutei e decidi, decidimos que não iria mais dar certo. Seu olhar penetrava ao
meu com ar de melancolia, foi uma sensação horrível fazer alguém sofrer por
problemas meu, por não conseguir aceitar ele como era, por não ama-lo mais.
Estou solt... Que palavra estranha, não soa bem nem
soletrar! Não estou acostumada a viver apenas comigo... Gosto de conversar,
opinar a respeito de algo e saber a opinião do outro. E quando estiver
viajando, com quem que vou comentar a respeito de uma bela paisagem ou um erro
de português em uma placa? Ou saboreando algo delicioso, para quem que vou
pedir que saboreasse comigo? Filmes, teatros e exposições artísticas, comentar
com quem? Comigo, apenas comigo!
No começo era estranho, ruim, angustiante. Hoje, vivendo
apenas comigo, não tenho frustrações, constrangimentos, inseguranças,
impaciência e mau humor. “Quem foi que disse, que é impossível ser feliz
sozinho?”
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