Oh, chuva, pra que cair
tão forte?
Assim vai molhar eu e meu
amor! Se for para molhar, que molhe de paixão e ternura.
Sua mão segura a minha
enquanto a outra me envolve para me aquecer. Estamos encharcados.
É cálido o contato com
sua pele e seus lábios quando encostam-se aos meus.
Sua boca tagarelante é
música aos meus ouvidos, pode falar que eu não me canso...
Observo
como andamos, oras sem pressa, oras sem medo, desviando do caminho mais curto e
movimentado. A rua é só nossa...
Pulo as poças d’água feito
bailarina e sorrio, com aquele sorriso bobo de moça apaixonada, como se fosse
seu primeiro encontro...
As trovoadas tremem nosso
peito, eu sinto medo. Ele me protege...
O
vento leva o nosso guarda-chuva, fico assustada. Ele brinca e me faz rir.
As gotas da chuva molham
minha face, fico irritada. Mas ele para, olha que mim com aquele olhar vívido e
as enxuga. Ele me acalma...
Gentil homem, por que
você apareceu agora na minha maior tempestade interna?
Bom, espero que seja
tempestade de verão, que vem e passa...
Ass.: Clara
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